
Vivemos em uma sociedade atarefada com excesso de atividades, o urgente ocupa o espaço do importante. A era da internet permitiu o contato com diversas tribos, povos e naçōes. Um universo de informações sobre culturas e realidades diferentes.
Neste mundo veloz, o tempo é um bem raro e precioso. Corremos para dar conta de inúmeros compromissos, solicitações e redes sociais. Assumimos tarefas que não caberiam em 24 horas. Considerando que 7 horas de sono é o mínimo recomendável, restariam apenas 14 horas para fazer o que é necessário. Será mesmo que o necessário é prioridade?
Considerando o exposto acima, falta tempo para cozinhar, para fazer uma refeição na mesa, para saborear uma nova receita, para perceber as cores e sabores do alimento e também guardar na memória o cheiro de um momento especial com família e amigos ao redor da mesa de jantar. Substituímos a comida de verdade (aquela com ingredientes que nossas avós reconheceriam como alimentos) por fast food e congelados. Comemos em frente a TV, bombardeados por notícias desagradáveis e estressantes ao invés de conversarmos com nossos queridos ao redor da mesa.
Neste contexto de mundo globalizado, surgem a cada dia novas dietas com promessas de
resultados rápidos. Dieta do Mediterrâneo, Beverly Hills, Dukan, tipo sanguíneo, são alguns exemplos.
É inegável que centenas de pessoas emagrecem, pois todo plano alimentar com redução calórica, ou seja, o consumo energético menor que o gasto, resulta em perda ponderal. As
“dietas da moda” sempre fazem restrição a algum tipo de alimento, seu objetivo é o emagrecimento rápido. Há uma grande adesão inicialmente. A possibilidade de resultados rápidos, atrai um público considerável. Pessoas desejam emagrecer para vestir uma roupa de festa, para evitar a bronca do profissional de saúde na consulta de retorno, enfim… são vários motivos para conquistar o peso tão sonhado.
Elas fazem sucesso, há sempre uma nova dieta a ser seguida, são publicadas em revistas,
gente famosa se rende aos seus resultados, seus autores vendem muitos livros e enriquecem.
No campo da mudança , vale o ditado popular: a pressa é inimiga da perfeição. O que
acontece aceleradamente, é insustentável. A construção de um novo hábito demanda tempo, é preciso quebrar o ciclo: gatilho–ação–recompensa. Podemos dizer que é fácil emagrecer, difícil é manter.
A maioria destes modismos partem de fundamentos falsos, sem comprovação científica de
institutos reconhecidos internacionalmente. Elas restringem o consumo de alimentos importantes para o equilíbrio nutricional. O médico francês, autor do método Dukan, foi proibido de exercer a medicina no seu país, França. Existem também as dietas que orientam o consumo de alimentos caros e difíceis de serem encontrados porque não fazem parte do hábito regional.
A reeducação alimentar é um processo contínuo que depende de motivaçāo, açāo e
renuncia. Minha missāo como nutricionista é conscientiza-lo que nāo existe fórmula mágica, nem pó pirlimpimpim. A mudança começa no pensamento, de dentro para fora. Resultados duradouros precisam de investimento. Observação do comportamento, aceitar os limites... Só assim é possível brecar o efeito sanfona com 1 novo olhar sobre o corpo .
Então , eu te pergunto? Qual é a sua prioridade?

Alessandra Ayres
Nutricionista especialista em obesidade e emagrecimento
Personal Organizer
Coordenadora do programa Mudança de Hábitos
Email: alenutr@gmail.com
Instagram: @nutriorganiza