
De um barco fui lançada
Por tão conhecidas mãos
Em águas muito geladas
Escuras, desesperadas
No oceano da solidão
Fiquei impressionada
O quão elas eram salgadas
Inspirei, tentando viver
E essas tão sofridas águas
Entraram ardendo o meu ser
Ali, me esfriei, congelei
As lágrimas gelo viraram
Nessa triste amnésia da alma
Nenhuma lembrança guardei
Em rigidez me tornei
O oceano da solidão
É como se fosse prisão
Queremos dele sair
Me debati, tentei submergir
As águas disseram que não
Mar fundo, de um triste azul
Deseja sempre tragar
Aqueles lançados no mar
Que ironia! - por seu próprio par
Que como coisa, quis descartar.
Claudia Lundgren
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Claudia Lundgren
45 anos, mora na cidade de Teresópolis, é Pedagoga, trabalha há 11 como Educadora Infantil, e cursa Pós Graduação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.